Sobre a Hérnia

HÉRNIA
A Hérnia da parede abdominal ocorre quando parte de um órgão (normalmente, alças do intestino delgado) se desloca, através de um orifício (chamado de anel herniário), e invade um espaço indevido (saco herniário).
As Hérnias são há muito tempo consideradas como um desafio cirúrgico e as técnicas utilizadas atualmente no seu tratamento, são o resultado de um longo caminho percorrido no conhecimento anatômico das estruturas abdominais e no seu funcionamento;
Estima-se que 3 a 8 % da população mundial tenha um tipo de Hérnia;
As Hérnias inguinais são a patologia cirúrgica mais vezes diagnosticadas entre os Homens e a 2ª cirurgia mais realizada em todo o Mundo, seguida da Apendicectomia.

EPIDEMIOLOGIA
A região inguinal é o local mais comum de ocorrência de uma herniação abdominal;
A Hérnia Inguinal corresponde 75% da doença herniária no adulto;
É mais comum no homem, 80% e atingindo 20% das mulheres;
A Hérnia Inguinal ocorre mais comumente o lado direito do que no esquerdo nos homens até aos 40 anos;
Hérnias Inguinais bilaterais ocorrem em 40% nos homens com idade superior a 40 anos, sendo a distribuição unilateral equivalente;
As Hérnias Crurais ou Femorais são mais comuns na mulher do que no homem na proporção 4/1 e na faixa etária acima dos 40 anos, é também mais frequente à direita;
A faixa etária acima dos 60 anos nos pacientes portadores de Hérnia Inguinal representa 18% do total destes doentes;
A incidência, a probabilidade de estrangulamento e o número de hospitalizações aumentam com idade do paciente.

ETIOLOGIA 
As Hérnias Inguinais, podem ser Congênitas ou Adquiridas – Em ambas é frequente a história familiar de hérnias inguino-crurais;
As hérnias inguinais indiretas são congênitas e ocorrem devido a presença do canal vaginal, com o qual o doente nasce, a incidência da presença deste canal no adulto é de 20 %;
As causas das hérnias são multifatoriais.

NOÇÕES GERAIS
Hérnia define-se como a protrusão (saída ou saliência) de um órgão ou parte dele, intestino delgado, intestino grosso, tecido adiposo, através de uma abertura ou orifício na parede da cavidade abdominal;
Hérnia Inguinal é o resultado da passagem do conteúdo intra-abdominal através de um orifício adquirido ou congênito na parede da região inguinal que pode ocorrer só de um lado ou bilateralmente.
Clinicamente, a parte importante da definição de hérnia é a protrusão, porque sem ela o diagnóstico de hérnia é praticamente impossível. Anatomicamente, encontramos o orifício da hérnia, que é o defeito na camada aponeurótica mais interna do abdômen, o saco da hérnia que corresponde à projeção do peritônio e o colo da hérnia que corresponde ao orifício da hérnia.
O tamanho de uma hérnia é determinado pela dimensão do colo e pelo volume do saco distendido.
Quando a víscera protrusa consegue voltar, espontaneamente ou não, para a cavidade abdominal diz-se que se trata de uma hérnia redutível, caso contrário denomina-se irredutível. Uma hérnia estrangulada é aquela em que a vascularização da víscera protrusa está comprometida, normalmente ao nível do colo do saco; é mais comum acontecer em hérnias com pequenos orifícios e com sacos relativamente volumosos; o estrangulamento é sempre grave, até mesmo fatal, e é a principal razão para a correção de hérnia. Porém, é necessário assinalar que uma hérnia irredutível não é sinônimo de hérnia estrangulada. É frequente nas hérnias que aparecem muito cedo na vida de um indivíduo e que são muito volumosas, haver perda de direito ao domicílio, isto é, o abdômen adaptou-se à situação de conteúdo muito reduzido, Quando se tenta reduzir a hérnia, ou é impossível ou pode surgir uma falência cardíaca ou respiratória, visto que o organismo está mais adaptado há um conteúdo abdominal tão volumoso.
As hérnias da parede abdominal ocorrem apenas em áreas onde as aponeuroses e fáscias estão desprovidas do suporte protetor do músculo estriado. Muitos destes locais estão normalmente presentes, mas alguns podem ser adquiridos através de atrofia muscular ou cirurgia. Sem uma força compensatória, as áreas aponeuróticas sem músculo estriado, estão sujeitas a força da pressão intra-abdominal e cedem, deteriorando-se.

Desenvolvido por: Henrique Kravitz